Há alguns anos atrás estive presente no presídio feminino de Goiânia, Centro de Inserção Social Consuelo Nasser, e pude relatar em uma reportagem a vida das mulheres no presídio e entender um pouco o que levou a várias mulheres que estavam presas ali a entrarem no mundo do crime.
Muitas mulheres entram no crime por acompanharem os seus companheiros, e há casos até de reeducandas (mulheres que estão presas) que foram presas por traficarem junto com o companheiro e após ser solta voltar à cadeia por acompanhar novamente o seu marido/namorado.
Uma pessoa comete um crime quando quebra uma norma moral. Ao cometer um crime o criminoso esta ameaçado de cumprir uma pena, já que um crime constitui dano ou perigo a um bem jurídico individual ou coletivo. E é exatamente isto que as mulheres presas fazem: cumprem uma pena por terem cometido um crime.
Ao fazer a reportagem no presídio feminino pude perceber que é bem diferente do que imaginamos. Lá era tudo muito calmo, as reeducandas trabalham, estudam e ainda ganham a oportunidade de diminuir os dias na prisão com o trabalho.
Assim como alguns homens que cometeram crimes, várias mulheres com quem conversamos nas entrevistas relataram que gostariam sair do mundo do crime e ter uma vida normal, e o mais importante queriam poder acompanhar a vida de filhos que estão sobre custodia do pai ou de avós.
Não consegui ver na prisão mulheres consideradas criminosas lá eu vi mulheres que erraram, mas que estão pagando pelos seus crimes e o melhor essas mulheres querem mudar de vida esquecer da vida de crimes, pelo menos foi isso o que muitas delas passou para a nossa equipe de reportagem.
Realmente fui surpreendida ao ser bem recebida em um presídio, as reeducandas que se colocaram a disposição de darem as entrevistas mostraram o quanto estavam arrependidas e o que elas haviam perdido com a prisão. Muitas perderam a família que não deram apoio a elas após a prisão e simplesmente saíram da vida das reeducandas. Mas o mais importante é que apesar das perdas elas tinham algo em comum: a esperança de sair do mundo do crime e ter uma vida “normal”.
(Mirelle Santiago, Jornalista)
Mesmo depois de tanto tempo ainda é muito relevante seu relato. Parabéns ótimo texto
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